sábado, 25 de agosto de 2012

EXPECTATIVAS... (IV)


Os  três últimos contos, A cirurgia, A tumultuada comunicação e O arriscado trajeto, deram início à saga envolvendo meus familiares, as irmãs do colégio, o motorista do carro, sem falar no transtorno por motivo das festividades  que estavam por ocorrer no Colégio,  em que as irmãs tiveram que dividir comigo, o tempo e as preocupações.
A viagem da cidade de I  para F transcorreu dentro da normalidade apesar do tempo, porque continuava a chover.
Havia passado dois dias após a cirurgia, e eu no hospital,  já sabia que minha família tinha sido avisada e que Mamãe  chegaria a qualquer a momento. Estava para explodir de saudades!  Chorava muito, não queria comer. Estava aborrecida com tanta injeção, tanto comprimido um deles era enorme, tinha um gosto muito ruim. Na peleja para engoli-lo acabava por de dissolver na boca, uma tragédia! Aí vinha o vômito; nessa hora a barriga doía, não podia fazer esforço com a musculatura do abdome.
Mamãe e Rubens entraram no apartamento do hospital justamente no momento em que abrindo os olhos, após uma soneca, vi  a imagem mais linda e querida que pude gravar em minha mente! Nada havia que eu quisesse mais, que não fosse a presença de mamãe ao meu lado! Que alegria! Que ternura! Para minha satisfação, não fosse pelos incômodos, diria que foi o momento mais feliz de minha vida!
Fui muito paparicada... Toda hora tinha visita! Eram as irmãs do colégio, as colegas de classe... Até as internas tinham permissão para me visitar!
Chegou o dia da alta. Papai iria buscar a mamãe e discutir o que seria melhor pra mim. Ficar de vez no Colégio me recuperando ou ir para casa passar uns dias na fazenda. O consenso optou pelo último. Eu estaria com a família sob cuidados especiais, muito ar puro, alimentação saudável, etc. Dificilmente eu teria melhores cuidados a no internato. Todos esperavam uma recuperação  tranquila.Foram prescritos os devidos cuidados com a medicação, alimentação, repouso... Lembro-me da recomendação de fazer breves caminhadas e ter atenção com a postura. Quando o corte é no abdome, a tendência  das pessoas  é curvarem-se para a frente. Meu pai tinha muita energia quanto a isso, estava sempre me corrigindo!
Entretanto eu não estava disposta a andar. Não queria fazer nada... Mamãe fazia as comidinhas que eu mais gostava, mas, nada me apetecia... Comecei a dar preocupação. Todos esperavam  inclusive eu, que a cada dia eu demonstrasse maior disposição, e me entusiasmasse com as coisas ao meu redor... mas meu corpo não queria, estava pesado... Um abatimento muito grande tombou sobre mim e comecei a sentir dor... Muita dor!
Teria sido melhor se eu tivesse feito minha recuperação no colégio,  onde teria a assistência médica caso precisasse?Teríamos evitado transtornos,  sofrimentos e preocupações.
Muitas vezes tomamos as decisões que nos parecem acertadas,  decorrentes de um consenso lógico, todavia, somente Deus sabe o que nós precisamos passar como reajuste das nossas próprias deficiências espirituais.
Infelizmente, ainda não será dessa vez o desfecho desse episódio. Em respeito ao tempo do leitor, considerando que ainda tem relatos extraordinários, que ultrapassariam os limites que eu defini como  relevantes para uma leitura no mínimo,  rápida, decidi por fracionar esse caso. Obrigada.      
  

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