Os três últimos
contos, A cirurgia, A tumultuada comunicação e O arriscado trajeto, deram
início à saga envolvendo meus familiares, as irmãs do colégio, o motorista do
carro, sem falar no transtorno por motivo das festividades que estavam por ocorrer no Colégio, em que as irmãs tiveram que dividir comigo, o
tempo e as preocupações.
A viagem da cidade de I para F transcorreu dentro da normalidade
apesar do tempo, porque continuava a chover.
Havia passado dois dias após a cirurgia, e eu no
hospital, já sabia que minha família tinha
sido avisada e que Mamãe chegaria a qualquer
a momento. Estava para explodir de saudades! Chorava muito, não queria comer. Estava
aborrecida com tanta injeção, tanto comprimido um deles era enorme, tinha um
gosto muito ruim. Na peleja para engoli-lo acabava por de dissolver na boca,
uma tragédia! Aí vinha o vômito; nessa hora a barriga doía, não podia fazer
esforço com a musculatura do abdome.
Mamãe e Rubens entraram no apartamento do hospital
justamente no momento em que abrindo os olhos, após uma soneca, vi a imagem mais linda e querida que pude gravar
em minha mente! Nada havia que eu quisesse mais, que não fosse a presença de
mamãe ao meu lado! Que alegria! Que ternura! Para minha satisfação, não fosse
pelos incômodos, diria que foi o momento mais feliz de minha vida!
Fui muito paparicada... Toda hora tinha visita! Eram as
irmãs do colégio, as colegas de classe... Até as internas tinham permissão para
me visitar!
Chegou o dia da alta. Papai iria buscar a mamãe e discutir
o que seria melhor pra mim. Ficar de vez no Colégio me recuperando ou ir para
casa passar uns dias na fazenda. O consenso optou pelo último. Eu estaria com a
família sob cuidados especiais, muito ar puro, alimentação saudável, etc. Dificilmente
eu teria melhores cuidados a no internato. Todos esperavam uma recuperação tranquila.Foram prescritos os devidos cuidados
com a medicação, alimentação, repouso... Lembro-me da recomendação de fazer
breves caminhadas e ter atenção com a postura. Quando o corte é no abdome, a tendência
das pessoas é curvarem-se para a frente. Meu pai tinha
muita energia quanto a isso, estava sempre me corrigindo!
Entretanto eu não estava disposta a andar. Não queria
fazer nada... Mamãe fazia as comidinhas que eu mais gostava, mas, nada me
apetecia... Comecei a dar preocupação. Todos esperavam inclusive eu, que a cada dia eu demonstrasse maior
disposição, e me entusiasmasse com as coisas ao meu redor... mas meu corpo não
queria, estava pesado... Um abatimento muito grande tombou sobre mim e comecei
a sentir dor... Muita dor!
Teria sido melhor se eu tivesse feito minha recuperação
no colégio, onde teria a assistência médica
caso precisasse?Teríamos evitado transtornos, sofrimentos e preocupações.
Muitas vezes tomamos as decisões que nos parecem
acertadas, decorrentes de um consenso
lógico, todavia, somente Deus sabe o que nós precisamos passar como reajuste
das nossas próprias deficiências espirituais.
Infelizmente, ainda não será dessa vez o desfecho desse
episódio. Em respeito ao tempo do leitor, considerando que ainda tem relatos extraordinários,
que ultrapassariam os limites que eu defini como relevantes para uma leitura no mínimo, rápida, decidi por fracionar esse caso.
Obrigada.
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